Páginas

terça-feira, março 29, 2005

A Guerra

Não, não vou falar do Iraque, nem tão pouco da Somália e muito menos na Rita Guerra. Falerei sim das noites de sábado à noite.
É engraçado. Eu vejo essas noites como uma Guerra. De um lado os Homens, pseudo-machos latinos, com a pinta que são os maiores e engatatões por natureza. Do outro lado as Mulheres, pseudo-fashion, com a pinta de que elas é que escolhem quem querem.
As armas:
- Do lado Masculino: Cabelo com gel; perfume caro; Roupa lavada, justa; killer look; bebida cara, de preferência Whisky.
- Do lado Feminino: Cabelo com aquele corte fashion; baton suave brilhante; perfume penetrante; decotes pronunciados; sorriso doce; bebida com pouco teor de álcool.
Local da Guerra: Discoteca.
Tácticas:
- Do lado Masculino: Encostar-se ao bar, copo numa mão, a outra no bolso; visão tipo radar a percorrer a pista; olhos semi-cerrados; sorriso malandro.
- Do lado Feminino: Ir para a pista, dançar de uma forma diferente, mas discreta ao mesmo tempo, sorrindo despreocupadamente por saber que há alguém de olho nela.

Depois há a abordagem, normalmente feita pelo homem (e normalmente mal conseguida) do género:
- Vi-te a dançar na pista e danças muito bem, sou o Dionísico e tu?
- Eh pá... vi-te ali... e senti que tinha de te conhecer.
- Atão?! Como é que é!?

No meio de tantos falhanços lá há um que dá certo. Conhecem-se, perguntam de onde são, o que fazem, e passados 2 minutos já está o pseudo-engatatão a pedir o número de telemóvel. Hoje em dia não podemos fazer prisioneiros, guerra é guerra. Temos de ser rápidos, claro!
Se a coisa correr bem, bebem uns copos, saem juntos da disco e acabam no banco de trás de um Fiat Uno, ou Opel Corsa. Passados 5 minutos ela sai, ajeita-se, dizendo que isto nunca lhe tinha acontecido, que ele era formidável e que lhe ligava (mas não o vai fazer). Ele fica com o sentido de dever cumprido, papo inchado por lhe ter dado os melhores 5 minutos da vida dela, mas não espera que ela ligue. Ambos vão para casa vazios por dentro.

O mais engraçado é que na semana seguinte, preparam-se exactamente da mesma forma, vão para o mesmo local, agem da mesma maneira. Ao reencontrarem-se resta um acenar de cabeça ao longe, em sinal de que o passado já foi.

Quem ganha a Guerra? Os fabricantes de preservativos!

Foi mais uma reflexão trazida por:

Copinho de Leite